quarta-feira, 4 de março de 2015

Digam a Arquipo


"Digam a Arquipo: cuide em cumprir o ministério que você recebeu no Senhor." Cl 4:17 – NVI

Paulo escreveu a breve carta à igreja em Colossos, quando estava em prisão domiciliar em Roma. Ele exorta os irmãos que estavam adotando práticas estranhas ao Evangelho, pois, eles mantinham a observância dos rituais judaicos, numa mistura da tradição do judaísmo com o nascente cristianismo. Ele também advertiu a igreja contra o culto, ou adoração, aos anjos, provavelmente influenciados pelo misticismo judaico, resultado da influência dos povos com os quais Israel se misturou. E, ainda, sobre as heresias do pensamento gnóstico – um misto de filosofia e religião – que pregava que a salvação do homem se dava pelo conhecimento místico, através do qual, o homem encontrando a centelha divina de sua natureza, reencontra-se consigo mesmo e com seu significado no mundo.

Paulo rebate essas distorções e heresias dizendo que Jesus é o Deus Encarnado, o Deus do Antigo Testamento, o Deus da criação, o Deus dos Patriarcas. Paulo apresenta no capítulo 1:15-20 o que acredita-se ser um cântico corrente entre as igrejas, que traz uma doxologia a respeito de Jesus e sua divindade, um dos textos mais maravilhosos das Escrituras. Que nEle "habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (2:9). Que em Jesus "estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento" (2:3) e que aquele que adora a anjos não está unido à Cabeça do corpo, que é Cristo (2:18,19). Foi por esse contexto da igreja que o apóstolo escreveu sua carta.

E ele termina mandando um recado a um homem chamado Arquipo. Além dessa referência, outra está registrada na carta a Filemom. Logo no início Paulo cita Arquipo, demonstrando um grau de importância ou relevância hierárquica na comunidade. Fala dele como "companheiro de lutas", o que denota sua ativa participação como ministro e líder.

Paulo chama a atenção de Arquipo, em tons de exortação. Se Arquipo era um líder na igreja, sua responsabilidade era ainda maior no sentido de tomar uma posição quanto às práticas heréticas que ali estavam ocorrendo. Não que ele fosse conivente, mas talvez displicente. Ele havia recebido uma comissão do Senhor que, pelo que entendemos, não estava sendo cumprida.

O tempo verbal imperativo utilizado por Paulo nos mostra a urgência. Paulo não pediu que ele visse o que estava acontecendo, ou que se fosse possível, ou que se ele tivesse tempo para fazê-lo. "Cuide", significa "trate de", "faça". Não é opcional.

E, aí, pensamos: será que eu estou cumprindo o ministério para o qual o Senhor me chamou?

Sabemos que "ministério" significa "serviço". Então, qual é o serviço para o qual Deus me comissionou a fazer, que não estou cumprindo? Ministério está ligado ao serviço aos santos e aos dons destinados à edificação.

Todos que fazem parte do corpo, tem função específica; se essa função não é exercida, o funcionamento do corpo fica comprometido. Deus conta com nossa participação nesse processo funcional.

Quero fazer desse recado a Arquipo, um recado a nós. Existe algum ministério que você recebeu de Deus que está "adormecido"? Será que você está protelando algo que já deveria estar em atividade?

Pense em Arquipo. Pense no ministério, ou serviço, que Deus comissionou a você.

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