"Digam a Arquipo: cuide em cumprir o ministério que você recebeu no Senhor." Cl 4:17 – NVI
Paulo
escreveu a breve carta à igreja em Colossos, quando estava em prisão domiciliar
em Roma. Ele exorta os irmãos que estavam adotando práticas estranhas ao
Evangelho, pois, eles mantinham a observância dos rituais judaicos, numa
mistura da tradição do judaísmo com o nascente cristianismo. Ele também
advertiu a igreja contra o culto, ou adoração, aos anjos, provavelmente
influenciados pelo misticismo judaico, resultado da influência dos povos com os
quais Israel se misturou. E, ainda, sobre as heresias do pensamento gnóstico –
um misto de filosofia e religião – que pregava que a salvação do homem se dava
pelo conhecimento místico, através do qual, o homem encontrando a centelha
divina de sua natureza, reencontra-se consigo mesmo e com seu significado no
mundo.
Paulo
rebate essas distorções e heresias dizendo que Jesus é o Deus Encarnado, o Deus
do Antigo Testamento, o Deus da criação, o Deus dos Patriarcas. Paulo apresenta
no capítulo 1:15-20 o que acredita-se ser um cântico corrente entre as igrejas,
que traz uma doxologia a respeito de Jesus e sua divindade, um dos textos mais
maravilhosos das Escrituras. Que nEle "habita corporalmente toda a
plenitude da divindade" (2:9). Que em Jesus "estão escondidos todos
os tesouros da sabedoria e do conhecimento" (2:3) e que aquele que adora a
anjos não está unido à Cabeça do corpo, que é Cristo (2:18,19). Foi por esse
contexto da igreja que o apóstolo escreveu sua carta.
E
ele termina mandando um recado a um homem chamado Arquipo. Além dessa
referência, outra está registrada na carta a Filemom. Logo no início Paulo cita
Arquipo, demonstrando um grau de importância ou relevância hierárquica na
comunidade. Fala dele como "companheiro de lutas", o que denota sua
ativa participação como ministro e líder.
Paulo
chama a atenção de Arquipo, em tons de exortação. Se Arquipo era um líder na
igreja, sua responsabilidade era ainda maior no sentido de tomar uma posição
quanto às práticas heréticas que ali estavam ocorrendo. Não que ele fosse
conivente, mas talvez displicente. Ele havia recebido uma comissão do Senhor
que, pelo que entendemos, não estava sendo cumprida.
O
tempo verbal imperativo utilizado por Paulo nos mostra a urgência. Paulo não
pediu que ele visse o que estava acontecendo, ou que se fosse possível, ou que
se ele tivesse tempo para fazê-lo. "Cuide", significa "trate
de", "faça". Não é opcional.
E,
aí, pensamos: será que eu estou cumprindo o ministério para o qual o Senhor me
chamou?
Sabemos
que "ministério" significa "serviço". Então, qual é o
serviço para o qual Deus me comissionou a fazer, que não estou cumprindo?
Ministério está ligado ao serviço aos santos e aos dons destinados à
edificação.
Todos
que fazem parte do corpo, tem função específica; se essa função não é exercida,
o funcionamento do corpo fica comprometido. Deus conta com nossa participação
nesse processo funcional.
Quero
fazer desse recado a Arquipo, um recado a nós. Existe algum ministério que você
recebeu de Deus que está "adormecido"? Será que você está protelando
algo que já deveria estar em atividade?